segunda-feira, 28 de abril de 2014

MARINGÁ: Mamíferos silvestres são enfoque de simpósio na UEM

Está sendo realizado, no anfiteatro do Nupélia, na UEM, o II Simpósio de Ecologia e Conservação de Mamíferos Silvestres. Durante a solenidade de abertura, nesta segunda-feira, dia 28. O coordenador do evento, Henrique Ortêncio Filho, falou da alegria e do orgulho de ver o simpósio sendo realizado, e que está sendo possível graças ao empenho dos acadêmicos. Ressaltou, ainda, a necessidade e a importância de se estudar os mamíferos silvestres, já que poucos profissionais se dedicam a eles. Destacou os palestrantes trarão informações importantes na área.

O coordenador-adjunto do Programa de Pós-Graduação em Biologia Comparada, Cláudio Hnerique Zawadzki, comentou sobre a alegria de o PGB participar da realização do evento. Disse que esteve na primeira edição e viu o sucesso e também esperava vê-lo repetido neste ano, principalmente porque a área de mamíferos é carente. A diretora-adjunta do Centro de Ciências Biológicas, Káthia Mourão, demonstrou a satisfação do CCB em acolher o II Simpósio. Aproveitou para agradecer aos pesquisadores presentes e comentar que a área de mamíferos silvestres é carente e que os palestrantes vão auxiliar na formação de recursos humanos na área. Já o diretor adjunto do Centro de Ciências Exatas, Cláudio Celestino de Oliveira, falou que eventos como este ajudam a engrandecer a Instituição e o bom público demonstra o trabalho sério que é desenvolvido na UEM na área.

A primeira palestra, intitulada Restaurados de Florestas: aroma de frutas faz morcegos dispersarem sementes em áreas desmatadas, foi proferida por Gledson Bianconi, do Instituto Neotropical. Sua fala foi concentrada sobre ferramenta para recuperação de área degradada. Destacou a importância dos mamíferos de médio e grande porte, assim como o de pequeno porte para manutenção de processos ecológicos em áreas naturais. Sobre os de médio e grande porte, disse que eles são responsáveis pelo pisoteamento de plântulas, dispersão de sementes, predação de sementes e herbivoria, mas que, infelizmente, tem se percebido a síndrome da floresta vazia ou defaunação. Esse processo consiste na retirada de animais com interesse energético, comércio ilegal de carne e pele, prejudicando a dinâmica do ecossistema e trazendo consequências a ele.

Sobre os animais de pequeno porte da região, representados por roedores, marsupiais e morcegos, apontou sua importância para dispersão de sementes, polinização e controle de outros animais. Destacou que o papel na dispersão de sementes influencia no sucesso produtivo de plantas, manutenção de florestas e recuperação de áreas degradadas/alteradas. Falou especialmente dos filostomídeos frugívoros, família de morcego encontrada em regiões tropicais e subtropicais do Novo Mundo. Informou que eles são abundantes na região, são mais de 120 espécies, e têm papel importante na dispersão de plantas pioneiras, capacidade de percorrer grandes distâncias e de realizar visitas a diferentes áreas numa única noite, são indicadores da qualidade do ambiente e possuem elevada capacidade de perceber o ambiente.

O pesquisador alertou sobre o fenômeno comum em florestas. Citou a Floresta Atlântica que registra 92% da paisagem original como mosaicos que cercam remanescentes florestais e a Floresta Araucária que ocupava 53% do Paraná e, hoje, conta com apenas 0,1% do solo original. Para ele, isso traz consequências como depreciação do solo, diminuição da qualidade e disponibilidade de água, ocupação de áreas impróprias para agricultura e/ou protegidas por lei. Ressalta a necessidade de se buscar estratégias para restauração da paisagem e a manutenção mínima dos processos ecológicos.

Ainda no período da manhã, foi abordado o tema Manejo e Conservação de Mamíferos in site e ex site. No período da tarde desta segunda-feira, serão enfocados os temas Controle de Roedores na Vigilância da Lepstospirose e Morcegos: restauração ambiental, educação e conservação. Amanhã, a partir das 8 horas, serão proferidas as palestras: Manejo do Macaco-Prego em Parques Urbanos; Aspectos Morfofuncionais da Placenta e da Placentação; Biologia Reprodutiva de Suiformes: cateto e queixada; e Mastofauna Silvestre e a Raiva no Estado do Paraná.

O evento é promovido pela UEM, por meio do Departamento de Ciências, PGB, Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós-Graduação e Grupo de Estudos em Ecologia de Mamíferos e Educação Ambiental. A programação pode ser vista neste link www.ecologiaeconservacaodemamifeross.blogspot.com.br/.

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