terça-feira, 29 de abril de 2014

Morre primeiro presidente do DCE da UEM

O primeiro presidente do Diretório Central dos Estudantes da Universidade Estadual de Maringá (DCE), Carlos Rogério da Rocha, faleceu nesta segunda-feira, dia 28, em Curitiba. Seu sepultamento estava marcado para as 10 horas desta terça-feira, dia 29, no Cemitério Parque Iguaçu, na capital paranaense. Rochinha, como era conhecido, cursou Engenharia Química pela UEM e foi um líder estudantil reconhecido. Segundo o professor e historiador Reginaldo Dias, da UEM, em 1979, Rochinha esteve à frente de uma das primeiras movimentações pela gratuidade de ensino durante a visita do então governador Ney Braga, inclusive nessa época era visado pelo serviço de segurança do Estado, até por ser filho de um ex-sindicalista muito atuante Espedito Rocha. Em final de 1980, ajudou a criar o DCE na UEM e sua chapa foi a vencedora.

Segundo Dias, a gestão de Rochinha foi marcada pela atuação contundente. Tanto que, de 21 de março a 10 de abril de 1981, o DCE foi suspenso pela administração da UEM, durante o inquérito disciplinar contra a diretoria por conta do jornal lançado por eles. A justificativa foi pela distribuição desautorizada do jornal e de um panfleto. Além disso, havia questionamento sobre uma vinculação com a UNE, na época semilegalizada, sem registro legal, e o conteúdo que apresentava críticas aos membros da administração da Universidade. A questão provocou uma repercussão grande, chegando à justiça comum. Por outro lado, acabou levando à revogação do regulamento disciplinar que estava fora da sintonia da abertura política. Após esse incidente, os comentários no jornal se recrudesceram.

Com o tempo e a maturidade política, Rochinha passou a ter uma atuação mais conciliadora nas negociações, mas não em posicionamento. Tanto que, durante a ocupação da Reitoria, em 1984, foi incorporado no comando de greve e foi uma voz que trabalhava a favor da negociação para resolver a situação mais rapidamente. Para o professor, Rochinha foi um dos principais líderes estudantis com sólida formação política, até por histórico familiar. Foi eleito com mais de 50% dos votos, na eleição que concorreram três chapas. Conseguiu eleger seu sucessor. De acordo com o site do Jornale, ativo militante do Partido Comunista Brasileiro (PCB), do qual foi dirigente estadual, Rochinha foi assessor na gestão de Beto Richa e Luciano Ducci na Prefeitura de Curitiba e vinha atuando como assessor de Michele Caputo Neto na Secretaria de Estado da Saúde. Em 2010, esteve na UEM onde participou de debate sobre os 30 anos do DCE, juntamente com os professores Reginaldo Dias e Tarcísio Pires Trindade.

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